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"A Pele que Habito": uma obra de arte cinematográfica de Pedro Almodóvar

Juliano Loureiro • 10 de dezembro de 2023

No mundo do cinema contemporâneo, poucos filmes conseguiram causar um impacto tão profundo e duradouro quanto "A Pele que Habito", dirigido pelo renomado cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Este post mergulha nas profundezas desse thriller psicológico, explorando desde seu enredo intrigante até as curiosidades por trás de suas câmeras.


Despertarei em você a vontade de assistir a esta obra de arte ou, nas palavras do próprio pôster do filme: "um filmes que você não vai esquecer tão cedo". Tenha uma boa leitura!

"A Pele que Habito": uma teia de mistério e obsessão

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"A Pele que Habito" (2011) se baseia na premissa de um cirurgião plástico, Dr. Robert Ledgard (interpretado por Antonio Banderas), que desenvolve uma pele sintética resistente a danos. O enredo se desdobra em uma narrativa não linear, revelando gradualmente a conexão entre o médico e uma misteriosa mulher, Vera (Elena Anaya). A história é uma montanha-russa emocional, repleta de reviravoltas inesperadas que mantêm o espectador colado à tela, questionando a natureza da identidade, vingança e moralidade.

A direção de Pedro Almodóvar

Almodóvar é conhecido por seu estilo único, que combina cores vivas, emoções intensas e uma pitada de surrealismo. Em "A Pele que Habito", ele se desvia ligeiramente de seus temas usuais de desejo e identidade feminina, explorando territórios mais sombrios e complexos. Sua direção neste filme é meticulosa, com cada cena pintada meticulosamente para evocar o máximo de tensão e drama.

Elenco de "A Pele que Habito"

Antonio Banderas entrega uma das performances mais poderosas de sua carreira como Dr. Ledgard. Ele retrata um homem atormentado pela perda e pela obsessão com uma intensidade que é ao mesmo tempo, assustadora e cativante. Elena Anaya, como Vera, é igualmente impressionante, transmitindo uma mistura de vulnerabilidade, força e mistério. A química entre os dois é palpável e central para o impacto emocional do filme.

Curiosidades do filme

Veja abaixo algumas curiosidades do filme:


  • "A Pele que Habito" é uma adaptação do romance "Mygale" de Thierry Jonquet, mas Almodóvar fez alterações significativas, adicionando sua própria visão e complexidade.
  • O filme levou uma década para ser feito, com Almodóvar ponderando sobre como adaptar a história desde o início dos anos 2000.
  • A casa usada como residência de Dr. Ledgard é, na verdade, uma obra de arquitetura moderna em Madrid, refletindo a estética limpa e controlada do personagem principal.

Impacto: uma obra que desafia gêneros

"A Pele que Habito" foi aclamado pela crítica por sua abordagem audaciosa de temas difíceis. Ele questiona os limites da ciência, ética e identidade de maneira que poucos filmes se atrevem. Sua mistura de gêneros - de drama a thriller e horror - permite que ele alcance uma ampla gama de espectadores, embora não seja para os fracos de coração.

Existe relação entre o filme "A Pele que Habito" com a temática zumbi?

"A Pele que Habito", de Pedro Almodóvar, é bastante distinto dos filmes típicos de zumbis em termos de premissa, tom e abordagem temática. No entanto, é possível traçar algumas conexões indiretas ou temáticas, embora sejam bastante tênues e mais conceituais do que diretas.


  1. Transformação Corporal: Tanto em "A Pele que Habito" quanto nos filmes de zumbis, um elemento central é a transformação do corpo. No filme de Almodóvar, a transformação é científica e intencional, centrada na criação de uma nova pele e na alteração da identidade física. Nos filmes de zumbis, a transformação é geralmente involuntária, causada por um vírus ou infecção que leva à zumbificação.
  2. Perda de Identidade: Em "A Pele que Habito", a questão da identidade é crucial, com os personagens passando por mudanças físicas e psicológicas profundas que desafiam sua essência. Nos filmes de zumbis, a perda de identidade é um tema recorrente, pois os personagens transformados perdem sua humanidade e se tornam criaturas instintivas.
  3. Horror e Psicologia: Ambos os gêneros podem se aprofundar em aspectos psicológicos do horror. Enquanto "A Pele que Habito" explora o terror psicológico por meio de obsessão, identidade e ética, os filmes de zumbis muitas vezes lidam com o medo da perda de controle, da pandemia e da desumanização.
  4. Isolamento e Claustrofobia: O filme de Almodóvar cria um ambiente de isolamento e claustrofobia, particularmente nas cenas onde o personagem principal mantém Vera confinada. Este sentimento é paralelo ao isolamento frequentemente experimentado nos filmes de zumbis, onde os personagens são muitas vezes encurralados ou isolados devido à ameaça zumbi.


Apesar dessas conexões temáticas, é importante destacar que "A Pele que Habito" não se enquadra no gênero de filmes de zumbis. O filme de Almodóvar é um thriller psicológico com elementos de horror e drama, enquanto os filmes de zumbis tendem a se concentrar mais no horror, na ação e, às vezes, no comentário social. A abordagem, o estilo e o foco narrativo de "A Pele que Habito" são fundamentalmente diferentes dos filmes de zumbis tradicionais.


No entanto, "A Pele que Habito" é um filme que certamente despertará a curiosidade e interesse daqueles que gostam de filmes de zumbis. Até mesmo escritores que estão em busca de boas histórias para se inspirar, "A Pele que Habito" surge como uma boa opção.

Vale a pena assistir "A Pele que Habito"?

Este filme é definitivamente um "vale a pena" para quem aprecia cinema que desafia o pensamento, com sua mistura única de beleza estética, narrativa complexa e desempenhos poderosos. No entanto, para aqueles sensíveis a temas perturbadores ou à narrativa não linear, pode ser um desafio.

Conclusão

"A Pele que Habito" é uma joia no mundo do cinema, uma obra que não apenas conta uma história, mas também a desconstrói e a reconstrói de maneiras inesperadas. É um testemunho do gênio de Almodóvar e uma prova da capacidade do cinema de explorar as profundezas da psique humana. Para os amantes do cinema, este filme não é apenas um entretenimento; é uma experiência que permanece com você, provocando reflexão muito depois de os créditos terem terminado.

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