Quando o filme REC chegou aos cinemas em 2007, poucos poderiam prever o impacto que essa produção espanhola teria no gênero de terror. Dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza, REC não apenas revitalizou o subgênero found footage, mas também trouxe uma abordagem fresca e assustadora para o tema de zumbis.
A franquia, que ganhou três sequências (REC 2, REC 3 e REC 4), se tornou um marco do terror moderno, misturando tensão claustrofóbica, criaturas aterrorizantes e uma narrativa que prende o espectador do início ao fim.
No texto de hoje, falaremos sobre o filmes original, mas também detalharemos as sequências. Se você ainda não assistiu, leia o texto e comece sua imersão nesta quadrilogia incrível! Boa leitura.
REC acompanha a repórter Angela Vidal (interpretada por Manuela Velasco) e seu cinegrafista Pablo, que estão produzindo um documentário sobre a rotina de uma equipe de bombeiros. Durante uma noite comum, eles são chamados para atender a uma ocorrência em um prédio residencial, onde uma idosa parece estar agindo de forma violenta e estranha.
O que começa como uma simples cobertura jornalística rapidamente se transforma em um pesadelo, quando os moradores e a equipe de resgate descobrem que estão trancados no prédio por autoridades sanitárias, enquanto uma misteriosa infecção se espalha, transformando as pessoas em criaturas agressivas e sanguinárias.
O filme é uma aula de como criar tensão com recursos limitados. A câmera na mão, o cenário claustrofóbico do prédio e a atuação convincente do elenco contribuem para uma atmosfera de medo palpável. A revelação final, que conecta a infecção a uma origem religiosa e demoníaca, é um golpe de mestre, elevando o filme de um simples terror de zumbis para algo mais profundo e perturbador.
Culturalmente, REC foi um fenômeno. Ele não apenas arrecadou mais de 30 milhões de dólares mundialmente, mas também inspirou um remake americano, Quarentena (2008), e consolidou a Espanha como um polo criativo para o gênero de terror. O filme foi aclamado pela crítica, ganhando vários prêmios e sendo considerado um dos melhores filmes de terror da década.
Após o enorme sucesso de REC, uma continuação era inevitável. Porém, o que seria somente um, ou dois filmes, acabou se tornando uma grande franquia, com quatro filmes. Saiba um pouco a mais sobre eles.
A primeira sequência, lançada dois anos depois, mantém a mesma atmosfera de tensão, mas expande o universo do primeiro filme. A história se passa imediatamente após os eventos do original, com uma equipe de policiais e um padre entrando no prédio infectado para investigar a origem do surto.
A conexão com o sobrenatural é aprofundada, e o filme alterna entre diferentes câmeras, incluindo câmeras de segurança e equipamentos dos policiais, para manter o estilo found footage. Embora não tenha o mesmo impacto do primeiro,
REC 2 é uma sequência digna, que amplia o mito e mantém o ritmo acelerado.
A terceira parcela da franquia, dirigida apenas por Paco Plaza, tenta algo diferente: abandona o estilo found footage e se torna um filme de terror mais tradicional, com uma narrativa linear. A história se passa durante um casamento interrompido pelo surto da infecção.
Embora tenha momentos divertidos e uma abordagem mais leve,
REC 3 divide os fãs. Alguns apreciam a mudança de tom e o foco no humor e no romance, enquanto outros sentem falta da intensidade claustrofóbica dos filmes anteriores.
A conclusão da franquia, dirigida por Jaume Balagueró, retorna ao estilo mais sombrio e tenso dos dois primeiros filmes. Angela Vidal, a protagonista do original, voltou, agora em uma instalação de quarentena em alto mar.
O filme tenta fechar o ciclo, explicando mais sobre a infecção e seu propósito, mas alguns fãs acharam que o encerramento foi um pouco apressado. Ainda assim, REC 4 é uma adição sólida à série, com cenas de ação intensas e um final que tenta equilibrar o terror com um toque de esperança.
A franquia REC é um exemplo brilhante de como o terror pode ser reinventado. O primeiro filme, em particular, continua sendo uma referência para o gênero found footage e para filmes de zumbis, mostrando que é possível criar medo com criatividade e um orçamento modesto. As sequências, embora variem em qualidade, demonstram a versatilidade da premissa original, explorando diferentes tons e estilos.
Para os fãs de zumbis e pós-apocalipse, REC é uma visita obrigatória. A série não apenas oferece sustos, mas também mergulha em temas como isolamento, paranoia e a luta pela sobrevivência em um mundo que desmorona. Se você ainda não conhece essa franquia, prepare-se para uma experiência intensa e inesquecível. E se já é fã, talvez seja hora de revisitar o prédio assustador e relembrar por que REC se tornou um clássico moderno do terror.
E aí, qual é o seu filme favorito da franquia? Conte para a gente aqui nos comentários do Corpos Amarelos! 🧟♂️🎥
O Voo da Mosca é uma coletânea de dramas pós-apocalípticos de zumbis que narra cinco histórias distintas ambientadas no mesmo universo, mas em momentos diferentes.
Contos desta coletânea: Puberdade (inédito) - Olhos Mágicos - Passagem - Terraço - Paradigma (inédito)
Nessa obra, os 'corpos amarelos' — como são chamados os seres transformados — não são a maior ameaça. As histórias exploram o entendimento das relações humanas e sociais, laços familiares e afetivos, identitarismo, conflitos, sacrifícios diante de uma nova realidade, traumas e relações de poder.
Em O Voo da Mosca, o leitor será desafiado a refletir sobre o comportamento humano em situações extremas e inesperadas. Cada conto é parte de um quebra-cabeça sombrio, onde os corpos amarelos podem ser o menor dos problemas. Prepare-se para uma leitura visceral, repleta de tensão psicológica e surpresas devastadoras.
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Livros da série Corpos Amarelos
O Voo da Mosca (2025)
Olhos Mágicos (2024)
Passagem (2023)
Terraço (2023)
Os Corpos Amarelos são criaturas infectadas que um dia foram saudáveis humanos. Apresentando pele amarelada e ressecada, frequentemente exibindo vísceras e órgãos internos expostos, sua aparência pútrida oculta as inúmeras limitações desses seres, que podem adotar comportamentos variados.
Embora o número exato de variantes dos Corpos Amarelos seja desconhecido, fica claro que eles passaram por diversas mutações. Desde os inativos, lembrando um eterno estado de coma, até os "quase-comuns", seres que exibem certo grau de cognição.
A disseminação da infecção permanece envolta em mistério, seja através da inalação de um pó amarelo ainda não identificado, ou do contato direto entre o corpo pútrido e um ser humano saudável.
Numa manhã de sábado, uma densa névoa de poeira varreu os céus de Belo Horizonte, trazendo consigo um agente microscópico que selaria o destino da humanidade.
Em questão de instantes, milhares de pessoas foram infectadas, dando início a uma batalha desesperada pela sobrevivência contra os poucos que ainda não haviam sido afetados.
Tudo se desenrolou num piscar de olhos. Um dia ensolarado, acompanhado por uma brisa fresca no inverno da cidade, parecia perfeitamente comum. Mas o que se seguiu transformou essa tranquilidade em um pesadelo sem precedentes.
Cadáveres jaziam espalhados pelas ruas, enquanto os sobreviventes corriam em desespero em todas as direções. Hospitais sobrecarregados lutavam para lidar com a crise, supermercados eram saqueados e atos horrendos eram perpetrados em plena luz do dia.
O mistério pairava no ar, sem que ninguém soubesse a verdade. Teorias brotavam, alimentadas pela imaginação dos radialistas. Em questão de horas, serviços essenciais, como energia e comunicação, começaram a demonstrar sinais de instabilidade.
Pouco a pouco, os corpos amarelos passaram a dominar a cidade, enquanto os poucos sobreviventes humanos lutavam para decifrar a situação terrível que se desenrolava e buscavam desesperadamente uma saída.
"O Voo da Mosca" está disponível para e-book (Amazon Kindle) e também na versão impressa (Clube de Autores). Clique no botão abaixo correspondente à versão desejada.
Gabriel Caetano
"É sempre legal ver obras que quebram a mesmice e provam que podem sair da fórmula padrão. E é isso que esse conto me mostrou, pois em vez de focar só no apocalipse e nos zumbis, se aprofunda mais na psiquê humana e sobre o estado psicológico do protagonista enquanto enfrenta o caos, coisa que não acontece nas grandes mídias, onde os protagonistas geralmente aceitam a nova realidade em questão de poucos dias".
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Aelita Lear
"O que resta da humanidade? Com esse questionamento, somos colocados em um universo distópico rodeado por corpos amarelos e poucos humanos que lutam pela sobrevivência. Neste livro, somos levados e quase que obrigados a sentir as mesmas emoções do personagem principal, que luta contra zumbis amarelos de diferentes contaminações até chegar no Terraço, numa jornada eletrizante e viciante. Terraço é aquele tipo de livro que podemos ler de uma vez só, de tão envolvente e viciante, principalmente quando terminam os capítulos"
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