No mundo das séries de televisão, poucas conseguem misturar com sucesso o humor-ácido com elementos de terror, mas "Santa Clarita Diet" faz isso com maestria. Criada por Victor Fresco, esta série original da Netflix traz Drew Barrymore e Timothy Olyphant como Sheila e Joel Hammond, um casal de corretores de imóveis em Santa Clarita, Califórnia, cuja vida pacata e previsível toma um rumo inesperado e macabro.
A trama começa quando Sheila passa por uma transformação radical – tornando-se uma zumbi – que desafia os conceitos tradicionais de vida, morte e amor. O humor ácido e as situações absurdas são marcas registradas da série, tornando-a uma experiência única para os fãs do gênero.
A premissa de "Santa Clarita Diet" gira em torno da transformação de Sheila em uma zumbi, o que a obriga a consumir carne humana para sobreviver. O choque inicial dá lugar a um humor peculiar, enquanto Sheila e Joel tentam manter a normalidade em suas vidas. O relacionamento do casal é testado de maneiras nunca imaginadas, mas o amor e o compromisso que compartilham se mostram inabaláveis diante dos desafios bizarros.
Os personagens secundários, incluindo a filha do casal, Abby (interpretada por Liv Hewson), e o vizinho Eric (Skyler Gisondo), que descobre o segredo de Sheila, adicionam camadas de humor e drama à história. Cada personagem traz sua própria peculiaridade e charme para a série, criando uma dinâmica familiar e comunitária que é ao mesmo tempo estranha e encantadora.
"Santa Clarita Diet" destaca-se por seu tom inusitado que flerta tanto com o humor quanto com o horror. O uso do humor-ácido é uma ferramenta essencial na série, permitindo que ela explore temas como a morte e a imortalidade de maneira leve e divertida. A série também faz uma sátira afiada da vida suburbana e dos padrões sociais, usando a condição de Sheila como uma metáfora para a alienação e a busca por identidade.
O equilíbrio entre cenas grotescas e diálogos espirituosos é um dos grandes trunfos da série. Enquanto navega por situações absurdas e muitas vezes sangrentas, "Santa Clarita Diet" consegue manter um clima leve e cômico, provando ser possível rir mesmo nas circunstâncias mais bizarras.
"Santa Clarita Diet" não é apenas mais uma série de comédia ou terror; é uma fusão peculiar que desafia os gêneros. Uma das suas grandes forças é a atuação de Drew Barrymore, cuja performance como Sheila é ao mesmo tempo, hilária e comovente. Timothy Olyphant, como Joel, também brilha, trazendo um equilíbrio perfeito de humor e seriedade ao seu personagem.
Contudo, a série pode não ser para todos. Seu humor é muito específico e as cenas de gore podem ser excessivas para alguns espectadores. Além disso, a narrativa às vezes peca pela inconsistência, com alguns arcos de personagens e subtramas que parecem não ir a lugar algum. No entanto, para aqueles que apreciam uma mistura de comédia e elementos de terror, "Santa Clarita Diet" é uma joia rara.
Desde o seu lançamento, "Santa Clarita Diet" cativa uma base de fãs leais, graças à sua abordagem única do gênero de zumbis. A série conseguiu reinventar a roda, apresentando uma protagonista feminina zumbi que é tanto predadora quanto mãe e esposa carinhosa. Este contraste cria uma narrativa rica e complexa que desafia as normas tradicionais dos filmes de zumbis.
A série também foi elogiada por sua representação de uma família moderna enfrentando situações extraordinárias, e sua habilidade em abordar temas como a identidade e o relacionamento familiar de uma maneira incomum e inovadora. "Santa Clarita Diet" deixa um legado de ousadia e criatividade, inspirando outros criadores a explorar gêneros mistos com coragem e humor.
"Santa Clarita Diet" é uma série que desafia expectativas e oferece uma experiência de visualização única. Ela combina humor, terror, e um olhar agudo sobre a vida familiar de uma maneira que poucas séries conseguem. Enquanto a série pode não ser perfeita, seu charme e originalidade são inegáveis.
Para os fãs de comédia negra e histórias de zumbis com um toque, "Santa Clarita Diet" é uma recomendação sólida. Ela nos lembra que, às vezes, o mais estranho e bizarro pode ser surpreendentemente delicioso. Em resumo, "Santa Clarita Diet" é um prato cheio de surpresas, digno de ser saboreado por aqueles com um apetite para o incomum.
"Passagem" é o segundo livro da série "Corpos Amarelos" e narra a história de dois amigos inseparáveis, que vivem sozinhos desde o início do caos. Eles sempre moraram em enormes prédios abandonados na última área de segurança, localizado no antigo bairro Santo Antônio.
Com o aumento da incidência dos corpos amarelos na região, decidem partir para uma jornada sem destino, em busca de um lugar mais tranquilo. O que eles não esperam é que fora da cidade, os não-vivos seriam ainda mais mortais, obrigando-os a colocar em prática todo o instinto de sobrevivência.
O que seria apenas uma mudança de endereço, provou ser o maior desafio dos amigos, que já não tem mais garantida a sobrevivência. André e Edgard também enfrentam demônios internos e a dura realidade de um mundo despedaçado.
"Passagem" está disponível em formato digital e você pode comprá-lo aqui, R$ 0,00 (para assinantes Kindle Unlimited) / R$ 7,90 (para comprar) (os valores podem alterar sem aviso). É uma publicação independente do autor Juliano Loureiro.
Pesquisar no blog
Livros da série Corpos Amarelos
O Voo da Mosca (2025)
Olhos Mágicos (2024)
Passagem (2023)
Terraço (2023)
Os Corpos Amarelos são criaturas infectadas que um dia foram saudáveis humanos. Apresentando pele amarelada e ressecada, frequentemente exibindo vísceras e órgãos internos expostos, sua aparência pútrida oculta as inúmeras limitações desses seres, que podem adotar comportamentos variados.
Embora o número exato de variantes dos Corpos Amarelos seja desconhecido, fica claro que eles passaram por diversas mutações. Desde os inativos, lembrando um eterno estado de coma, até os "quase-comuns", seres que exibem certo grau de cognição.
A disseminação da infecção permanece envolta em mistério, seja através da inalação de um pó amarelo ainda não identificado, ou do contato direto entre o corpo pútrido e um ser humano saudável.
Numa manhã de sábado, uma densa névoa de poeira varreu os céus de Belo Horizonte, trazendo consigo um agente microscópico que selaria o destino da humanidade.
Em questão de instantes, milhares de pessoas foram infectadas, dando início a uma batalha desesperada pela sobrevivência contra os poucos que ainda não haviam sido afetados.
Tudo se desenrolou num piscar de olhos. Um dia ensolarado, acompanhado por uma brisa fresca no inverno da cidade, parecia perfeitamente comum. Mas o que se seguiu transformou essa tranquilidade em um pesadelo sem precedentes.
Cadáveres jaziam espalhados pelas ruas, enquanto os sobreviventes corriam em desespero em todas as direções. Hospitais sobrecarregados lutavam para lidar com a crise, supermercados eram saqueados e atos horrendos eram perpetrados em plena luz do dia.
O mistério pairava no ar, sem que ninguém soubesse a verdade. Teorias brotavam, alimentadas pela imaginação dos radialistas. Em questão de horas, serviços essenciais, como energia e comunicação, começaram a demonstrar sinais de instabilidade.
Pouco a pouco, os corpos amarelos passaram a dominar a cidade, enquanto os poucos sobreviventes humanos lutavam para decifrar a situação terrível que se desenrolava e buscavam desesperadamente uma saída.
"O Voo da Mosca" está disponível para e-book (Amazon Kindle) e também na versão impressa (Clube de Autores). Clique no botão abaixo correspondente à versão desejada.
Gabriel Caetano
"É sempre legal ver obras que quebram a mesmice e provam que podem sair da fórmula padrão. E é isso que esse conto me mostrou, pois em vez de focar só no apocalipse e nos zumbis, se aprofunda mais na psiquê humana e sobre o estado psicológico do protagonista enquanto enfrenta o caos, coisa que não acontece nas grandes mídias, onde os protagonistas geralmente aceitam a nova realidade em questão de poucos dias".
Avaliação publicada no Skoob
Aelita Lear
"O que resta da humanidade? Com esse questionamento, somos colocados em um universo distópico rodeado por corpos amarelos e poucos humanos que lutam pela sobrevivência. Neste livro, somos levados e quase que obrigados a sentir as mesmas emoções do personagem principal, que luta contra zumbis amarelos de diferentes contaminações até chegar no Terraço, numa jornada eletrizante e viciante. Terraço é aquele tipo de livro que podemos ler de uma vez só, de tão envolvente e viciante, principalmente quando terminam os capítulos"
Avaliação publicada no Skoob
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - JULIANO LOUREIRO ©