Um apocalipse zumbi é um tema que fascina e aterroriza na mesma medida. Imaginar cenários apocalípticos atiça a nossa curiosidade e, para escritores, é um ótimo tema para explorar diversas nuances, como a psicologia humana, relações interpessoais, biologia e sustentabilidade, além de temas como esperança, fé e propósito.
No entanto, geralmente pensamos em um apocalipse zumbi moderno, presentemente, afinal, imaginamos que uma infestação zumbi aconteça no futuro, fruto das nossas ações e escolhas atuais. No entanto, já pensou como seria se esse cenário ocorresse na Idade Média?
O texto de hoje explorará essa ideia, misturando história com ficção de horror, e conhecer algumas obras literárias que abordam o tema de zumbis em geral, mas com alguma referência histórica. Vamos lá? Boa leitura!
Aprofundaremos nesse cenário imaginativo. Preparado(a)?
A Idade Média, um período que se estende aproximadamente do século V ao XV, é conhecida por sua estrutura feudal, arquitetura imponente, e uma sociedade profundamente influenciada pela religião e pelas superstições. Castelos, vilarejos fortificados e uma hierarquia social rígida caracterizam este tempo.
Agora, imagine esse cenário histórico entrelaçado com uma ameaça de zumbis...
Neste cenário imaginativo,
zumbis surgiriam como uma praga inesperada e aterrorizante, atacando aldeias, mosteiros e castelos. Com as estradas mal iluminadas e as florestas densas, os zumbis encontrariam muitos lugares para se esconder durante o dia, emergindo à noite para aterrorizar os vivos.
A interpretação de um apocalipse zumbi na Idade Média seria filtrada pelas crenças religiosas e superstições da época.
Os zumbis poderiam ser vistos como manifestações demoníacas ou castigos divinos. Monges e clérigos talvez buscassem explicações espirituais ou redenção, enquanto senhores feudais e cavaleiros se preparariam para a batalha contra essas criaturas.
Com a tecnologia de guerra limitada aos armamentos medievais como espadas, bestas e armaduras, a luta contra os zumbis seria brutal e direta. Castelos e muralhas ofereceriam alguma defesa, transformando-se em bastiões de humanidade cercados por um mar de mortos-vivos.
Além disso,
a falta de comunicação rápida e transporte eficiente significaria que as notícias sobre a praga se espalhariam lentamente, muitas vezes chegando tarde demais para que as comunidades se preparassem adequadamente.
A medicina medieval, baseada mais em teorias humoralistas e tratamentos espirituais do que em ciência,
teria pouco a oferecer contra uma praga zumbi. Isso só aumentaria o terror e a confusão, já que as pessoas lutariam para entender e conter a infecção sem o conhecimento de germes ou vírus.
Tal apocalipse também
enriqueceria o folclore e as lendas medievais, possivelmente dando origem a novas histórias de terror que seriam transmitidas através das gerações. Cavaleiros lutando contra hordas de mortos-vivos poderiam se tornar temas comuns em canções e contos populares da época.
Um apocalipse zumbi na Idade Média não seria apenas uma batalha contra os mortos-vivos, mas um confronto entre o conhecimento e as crenças da época. Seria um período onde a luta pela sobrevivência se entrelaçaria com o misticismo e as estruturas sociais medievais, criando um cenário ricamente sombrio e intrigante para a imaginação.
A categoria literária de apocalipse zumbi, que ganhou popularidade a partir dos anos 60, oferece uma
vasta gama de obras que exploram este tema fascinante e aterrorizante. Aqui, destacamos algumas das mais influentes e interessantes:
Esta obra não é uma narrativa tradicional, mas um guia detalhado para sobreviver em um mundo infestado por zumbis. Max Brooks aborda desde estratégias de sobrevivência e tipos de abrigos até armas eficazes e comportamento dos zumbis.
Sua abordagem combina humor, terror e informações práticas, tornando-o um livro único no gênero. Entretanto, o mais interessante é que aborda a sobrevivência zumbi em diferentes cenários e épocas, inclusive na Idade Média, tema principal do texto de hoje.
Diferente do Manual, este livro apresenta uma coleção de relatos fictícios que retratam uma guerra global contra zumbis. Mediante várias perspectivas e vozes, Brooks explora as implicações políticas, sociais e humanas de um mundo assolado por uma pandemia zumbi, oferecendo uma narrativa rica e complexa.
Uma reimaginação ousada do clássico de Jane Austen, este livro mescla a trama original de "Orgulho e Preconceito" com elementos de horror zumbi. Grahame-Smith mantém grande parte do texto original de Austen, mas introduz uma reviravolta sobrenatural, transformando as heroínas vitorianas em guerreiras experientes na luta contra os mortos-vivos.
Existem inúmeras obras relevantes e seria impossível citar todas aqui, mas deixamos algumas outras lembrança:
Esta série de livros expande o universo da famosa série de HQs e TV, explorando histórias paralelas e aprofundando personagens icônicos.
Uma trilogia que oferece uma visão única do apocalipse zumbi, com uma mistura de horror, ação e elementos sobrenaturais.
Este livro traz uma perspectiva jovem-adulta para o gênero, misturando romance e aventura em um mundo pós-apocalíptico dominado por zumbis.
Estas obras ilustram a diversidade e a riqueza do gênero apocalíptico zumbi. Cada uma oferece uma visão única sobre um mundo infestado por zumbis, seja mediante uma abordagem prática e humorística, uma exploração das consequências sociais e políticas de uma pandemia global, ou uma fusão inusitada de clássicos literários com horror. Elas mostram como o tema dos zumbis pode ser adaptado e reinventado de maneiras criativas e envolventes, mantendo os leitores à beira de seus assentos.
A ideia de um apocalipse zumbi na Idade Média abre um vasto campo para a imaginação, misturando a brutalidade e a beleza daquela época com o horror visceral dos zumbis. Embora não existam muitas obras literárias específicas com esse cenário,
o gênero do apocalipse zumbi em si é rico e variado, oferecendo muitas opções para os fãs de terror e ficção histórica.
"Passagem" é o segundo livro da série "Corpos Amarelos" e narra a história de dois amigos inseparáveis, que vivem sozinhos desde o início do caos. Eles sempre moraram em enormes prédios abandonados na última área de segurança, localizado no antigo bairro Santo Antônio.
Com o aumento da incidência dos corpos amarelos na região, decidem partir para uma jornada sem destino, em busca de um lugar mais tranquilo. O que eles não esperam é que fora da cidade, os não-vivos seriam ainda mais mortais, obrigando-os a colocar em prática todo o instinto de sobrevivência.
O que seria apenas uma mudança de endereço, provou ser o maior desafio dos amigos, que já não tem mais garantida a sobrevivência. André e Edgard também enfrentam demônios internos e a dura realidade de um mundo despedaçado.
"Passagem" está disponível em formato digital e você pode comprá-lo aqui, R$ 0,00 (para assinantes Kindle Unlimited) / R$ 7,90 (para comprar) (os valores podem alterar sem aviso). É uma publicação independente do autor Juliano Loureiro.
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Livros da série Corpos Amarelos
O Voo da Mosca (2025)
Olhos Mágicos (2024)
Passagem (2023)
Terraço (2023)
Os Corpos Amarelos são criaturas infectadas que um dia foram saudáveis humanos. Apresentando pele amarelada e ressecada, frequentemente exibindo vísceras e órgãos internos expostos, sua aparência pútrida oculta as inúmeras limitações desses seres, que podem adotar comportamentos variados.
Embora o número exato de variantes dos Corpos Amarelos seja desconhecido, fica claro que eles passaram por diversas mutações. Desde os inativos, lembrando um eterno estado de coma, até os "quase-comuns", seres que exibem certo grau de cognição.
A disseminação da infecção permanece envolta em mistério, seja através da inalação de um pó amarelo ainda não identificado, ou do contato direto entre o corpo pútrido e um ser humano saudável.
Numa manhã de sábado, uma densa névoa de poeira varreu os céus de Belo Horizonte, trazendo consigo um agente microscópico que selaria o destino da humanidade.
Em questão de instantes, milhares de pessoas foram infectadas, dando início a uma batalha desesperada pela sobrevivência contra os poucos que ainda não haviam sido afetados.
Tudo se desenrolou num piscar de olhos. Um dia ensolarado, acompanhado por uma brisa fresca no inverno da cidade, parecia perfeitamente comum. Mas o que se seguiu transformou essa tranquilidade em um pesadelo sem precedentes.
Cadáveres jaziam espalhados pelas ruas, enquanto os sobreviventes corriam em desespero em todas as direções. Hospitais sobrecarregados lutavam para lidar com a crise, supermercados eram saqueados e atos horrendos eram perpetrados em plena luz do dia.
O mistério pairava no ar, sem que ninguém soubesse a verdade. Teorias brotavam, alimentadas pela imaginação dos radialistas. Em questão de horas, serviços essenciais, como energia e comunicação, começaram a demonstrar sinais de instabilidade.
Pouco a pouco, os corpos amarelos passaram a dominar a cidade, enquanto os poucos sobreviventes humanos lutavam para decifrar a situação terrível que se desenrolava e buscavam desesperadamente uma saída.
"O Voo da Mosca" está disponível para e-book (Amazon Kindle) e também na versão impressa (Clube de Autores). Clique no botão abaixo correspondente à versão desejada.
Gabriel Caetano
"É sempre legal ver obras que quebram a mesmice e provam que podem sair da fórmula padrão. E é isso que esse conto me mostrou, pois em vez de focar só no apocalipse e nos zumbis, se aprofunda mais na psiquê humana e sobre o estado psicológico do protagonista enquanto enfrenta o caos, coisa que não acontece nas grandes mídias, onde os protagonistas geralmente aceitam a nova realidade em questão de poucos dias".
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Aelita Lear
"O que resta da humanidade? Com esse questionamento, somos colocados em um universo distópico rodeado por corpos amarelos e poucos humanos que lutam pela sobrevivência. Neste livro, somos levados e quase que obrigados a sentir as mesmas emoções do personagem principal, que luta contra zumbis amarelos de diferentes contaminações até chegar no Terraço, numa jornada eletrizante e viciante. Terraço é aquele tipo de livro que podemos ler de uma vez só, de tão envolvente e viciante, principalmente quando terminam os capítulos"
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