O fascínio por histórias de zumbis tem sido uma constante na cultura popular, evoluindo desde as primeiras lendas vodu até se tornar um pilar do gênero de terror moderno. Filmes, séries, livros e jogos exploraram diversas facetas dessas criaturas, desde metáforas para questões sociais até a representação do medo primal da morte e do desconhecido.
O gênero ganhou popularidade com clássicos como "A Noite dos Mortos-Vivos" de George Romero, estabelecendo os zumbis como metáforas para diversas questões sociais e pessoais. Também na literatura encontramos grandes clássicos, como "Eu Sou a Lenda", publicado em 1954 pelo Richard Matheson.
A literatura brasileira está em ascensão há alguns anos e tem produzido grandes obras de suspense e terror, com foco em apocalipse zumbi. No texto de hoje, falaremos sobre o livro "Apocalipse Zumbi - Os Primeiros Anos", escrito pelo autor Alexandre Callari.
Boa leitura!
Nascido em São Paulo, Alexandre Callari é uma figura respeitada no cenário cultural brasileiro. Sua paixão pela cultura pop é evidente em sua extensa carreira, que inclui trabalhos como editor, escritor, tradutor e crítico de cinema e quadrinhos.
Callari é co-autor do blog "Pipoca e Nanquim", que mais tarde se tornou uma editora de mesmo nome, dedicada principalmente a obras de quadrinhos. Com uma formação diversificada, Callari traz para suas obras uma mistura única de influências, variando entre o cinema, a literatura e os quadrinhos.
Sinopse:
A civilização entrou em colapso. As comunicações, a energia elétrica e a vida em sociedade, como a conhecemos, praticamente se extinguiram. Nem toda nossa tecnologia foi capaz de nos proteger e evitar que dois terços da humanidade morressem. Os poucos que sobreviveram estão exaustos e tentam reunir o que ainda resta das suas forças e recursos para se manterem vivos. E, para piorar, eles não estão a sós. Dia e noite, são perseguidos pelos contaminados - sempre à espreita com seus olhos vermelhos, pele pálida, dentes podres e uma terrível sede de sangue e de carne humana. Nesse cenário de terror e desesperança, Manes luta desesperadamente para manter sua comunidade unida. Ela subsiste em uma construção cercada por paredes de concreto chamada Quartel. Porém, quando alguns de seus membros estão em apuros do lado de fora, sendo cruelmente caçados pelos contaminados, Manes parte para resgatá-los. A sua ausência e a chegada do enigmático Dujas abalam severamente o tênue equilíbrio interno do Quartel, colocando em risco a vida de todos. O perigo e o medo tomarão conta deste, que é um dos poucos redutos em que homens e mulheres vivem em "segurança".
Em "Apocalipse Zumbi – Os Primeiros Anos", Alexandre Callari entrega uma obra destacada no gênero de terror. A sinopse nos introduz a um cenário pós-apocalíptico, onde uma infecção global transformou a maioria da população em zumbis. Este é o pano de fundo para uma história que explora não apenas a luta pela sobrevivência, mas também as complexidades das relações humanas em um mundo onde as estruturas da sociedade colapsaram.
Callari habilmente conduz seus leitores por um caminho que é tanto assustador quanto introspectivo. Seus personagens são bem desenvolvidos, cada um enfrentando seus próprios demônios internos, além da ameaça externa dos zumbis. O autor aproveita o cenário para explorar temas como a natureza humana, o instinto de sobrevivência e as consequências de escolhas feitas em momentos de desespero.
A narrativa é intensa e envolvente, mantendo o leitor na ponta da cadeira enquanto desvenda as camadas de sua história. Callari não apenas homenageia os clássicos do gênero, mas também adiciona sua própria voz, trazendo uma perspectiva brasileira para a narrativa de zumbis. Essa abordagem nacional insere elementos culturais específicos, tornando a experiência ainda mais rica e autêntica.
"Apocalipse Zumbi – Os Primeiros Anos" de Alexandre Callari é uma adição notável ao gênero de histórias de zumbis. Com uma narrativa forte e personagens complexos, o livro se destaca não apenas como um conto de terror, mas como uma obra que desafia o leitor a refletir sobre a condição humana.
Callari prova ser um mestre em contar histórias que são tão pensativas quanto emocionantes, tornando esta obra uma leitura obrigatória para os fãs do gênero.
O que resta quando tudo o que conhecíamos se foi? E o que vale a pena lutar quando a esperança parece perdida?
"Passagem" é o segundo livro da série "Corpos Amarelos" e narra a história de dois amigos inseparáveis, que vivem sozinhos desde o início do caos. Eles sempre moraram em enormes prédios abandonados na última área de segurança, localizado no antigo bairro Santo Antônio.
Com o aumento da incidência dos corpos amarelos na região, decidem partir para uma jornada sem destino, em busca de um lugar mais tranquilo. O que eles não esperam é que fora da cidade, os não-vivos seriam ainda mais mortais, obrigando-os a colocar em prática todo o instinto de sobrevivência.
O que seria apenas uma mudança de endereço, provou ser o maior desafio dos amigos, que já não tem mais garantida a sobrevivência. André e Edgard também enfrentam demônios internos e a dura realidade de um mundo despedaçado.
"Passagem" está disponível em formato digital e você pode comprá-lo aqui, R$ 0,00 (para assinantes Kindle Unlimited) / R$ 7,90 (para comprar) (os valores podem alterar sem aviso). É uma publicação independente do autor Juliano Loureiro.
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Livros da série Corpos Amarelos
O Voo da Mosca (2025)
Olhos Mágicos (2024)
Passagem (2023)
Terraço (2023)
Os Corpos Amarelos são criaturas infectadas que um dia foram saudáveis humanos. Apresentando pele amarelada e ressecada, frequentemente exibindo vísceras e órgãos internos expostos, sua aparência pútrida oculta as inúmeras limitações desses seres, que podem adotar comportamentos variados.
Embora o número exato de variantes dos Corpos Amarelos seja desconhecido, fica claro que eles passaram por diversas mutações. Desde os inativos, lembrando um eterno estado de coma, até os "quase-comuns", seres que exibem certo grau de cognição.
A disseminação da infecção permanece envolta em mistério, seja através da inalação de um pó amarelo ainda não identificado, ou do contato direto entre o corpo pútrido e um ser humano saudável.
Numa manhã de sábado, uma densa névoa de poeira varreu os céus de Belo Horizonte, trazendo consigo um agente microscópico que selaria o destino da humanidade.
Em questão de instantes, milhares de pessoas foram infectadas, dando início a uma batalha desesperada pela sobrevivência contra os poucos que ainda não haviam sido afetados.
Tudo se desenrolou num piscar de olhos. Um dia ensolarado, acompanhado por uma brisa fresca no inverno da cidade, parecia perfeitamente comum. Mas o que se seguiu transformou essa tranquilidade em um pesadelo sem precedentes.
Cadáveres jaziam espalhados pelas ruas, enquanto os sobreviventes corriam em desespero em todas as direções. Hospitais sobrecarregados lutavam para lidar com a crise, supermercados eram saqueados e atos horrendos eram perpetrados em plena luz do dia.
O mistério pairava no ar, sem que ninguém soubesse a verdade. Teorias brotavam, alimentadas pela imaginação dos radialistas. Em questão de horas, serviços essenciais, como energia e comunicação, começaram a demonstrar sinais de instabilidade.
Pouco a pouco, os corpos amarelos passaram a dominar a cidade, enquanto os poucos sobreviventes humanos lutavam para decifrar a situação terrível que se desenrolava e buscavam desesperadamente uma saída.
"O Voo da Mosca" está disponível para e-book (Amazon Kindle) e também na versão impressa (Clube de Autores). Clique no botão abaixo correspondente à versão desejada.
Gabriel Caetano
"É sempre legal ver obras que quebram a mesmice e provam que podem sair da fórmula padrão. E é isso que esse conto me mostrou, pois em vez de focar só no apocalipse e nos zumbis, se aprofunda mais na psiquê humana e sobre o estado psicológico do protagonista enquanto enfrenta o caos, coisa que não acontece nas grandes mídias, onde os protagonistas geralmente aceitam a nova realidade em questão de poucos dias".
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Aelita Lear
"O que resta da humanidade? Com esse questionamento, somos colocados em um universo distópico rodeado por corpos amarelos e poucos humanos que lutam pela sobrevivência. Neste livro, somos levados e quase que obrigados a sentir as mesmas emoções do personagem principal, que luta contra zumbis amarelos de diferentes contaminações até chegar no Terraço, numa jornada eletrizante e viciante. Terraço é aquele tipo de livro que podemos ler de uma vez só, de tão envolvente e viciante, principalmente quando terminam os capítulos"
Avaliação publicada no Skoob
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