O apocalipse zumbi invadiu o imaginário popular nos últimos anos, influenciando a cultura pop por filmes, séries e literatura. E enquanto vários escritores e cineastas deram suas contribuições ao gênero, poucos impactaram tanto quanto Max Brooks. Seu nome pode não ser imediatamente reconhecido por todos, mas suas obras, certamente, são.
No texto de hoje, conheça detalhes da biografia do autor e descubra quais foram suas obras de maior sucesso. Boa leitura!
Maximillian Michael Brooks nasceu em Nova York em 22 de maio de 1972. Sendo filho de dois ícones do mundo do entretenimento – o comediante Mel Brooks e a atriz Anne Bancroft – a vida artística sempre esteve ao seu redor. Ainda assim, Max Brooks encontrou sua própria voz, singular e bem diferente da comédia que marcara o legado de sua família.
Durante sua juventude, Brooks enfrentou dificuldades de aprendizado, mais tarde diagnosticadas como dislexia. Estas dificuldades moldaram sua abordagem à escrita, fazendo-o valorizar a clareza e a concisão. Ele estudou na Pitzer College, onde se formou em 1994.
Sua carreira inicial no entretenimento incluiu uma passagem pelo famoso programa "Saturday Night Live", onde ele trabalhou como roteirista de 2001 a 2003. Esse ambiente de comédia e sátira, combinado com sua paixão por histórias de terror e ficção científica, acabou influenciando sua futura obra literária.
Após "Saturday Night Live", Brooks publicou o "Manual de Sobrevivência a Zumbis", em 2003. Este livro revelou sua obsessão com a preparação e a sobrevivência, tratando o cenário de um apocalipse zumbi com uma seriedade até então inédita. Não era apenas uma paródia ou uma sátira; era um manual legítimo sobre como sobreviver ao fim dos tempos.
Porém, foi com "Guerra Mundial Z", em 2006, que Brooks realmente chegou ao estrelato literário. Por meio de uma série de entrevistas fictícias, ele pintou um retrato global e visceral de um mundo em colapso, explorando temas de política, guerra, sociedade e, claro, zumbis. O livro foi aclamado por sua originalidade e abordagem madura ao gênero zumbi. Veja mais detalhes abaixo.
A jornada de Brooks no mundo dos mortos-vivos começou em 2003 com o lançamento do seu "O Guia de Sobrevivência a Zumbis. Proteção Total Contra Mortos Vivos" (No Brasil, lançado pela editora Rocco em 2006). Longe de ser um mero guia humorístico, o livro é um tratado meticuloso e bem pesquisado sobre como sobreviver a um apocalipse zumbi.
Brooks adota uma abordagem completamente séria ao assunto, detalhando as características dos zumbis, suas fraquezas e como se preparar para diferentes cenários de sobrevivência. A precisão quase científica com que ele aborda o assunto fez deste livro um best-seller e solidificou sua posição como uma autoridade no gênero.
Se "O Guia de Sobrevivência a Zumbis. Proteção Total Contra Mortos Vivos" foi uma introdução ao pensamento de Brooks, "Guerra Mundial Z", lançado em 2006, foi sua obra-prima. Mais do que uma simples história de horror, é um estudo profundo da sociedade, política e humanidade em face da aniquilação.
O livro é estruturado como uma série de entrevistas com sobreviventes do apocalipse zumbi ao redor do mundo. Em vez de focar nas batalhas viscerais contra os mortos-vivos, Brooks escolhe uma abordagem mais sutil, examinando as implicações geopolíticas, sociais e psicológicas de um mundo pós-apocalíptico. Ele explora questões como a reação das nações à ameaça, as mudanças nas dinâmicas geopolíticas, o papel da religião e a natureza da própria humanidade.
Em "Guerra Mundial Z", os zumbis são mais do que meros antagonistas; são catalisadores que revelam o melhor e o pior da humanidade. O livro foi tão influente que, em 2013, foi adaptado para um filme homônimo estrelado por Brad Pitt. Embora o filme tenha tomado liberdades com a fonte, sua produção e sucesso de bilheteria são testemunhos do poder da obra de Brooks.
Ainda no mundo dos zumbis, Brooks escreveu "O Desfile da Extinção e outras histórias de zumbis", uma série de contos sobre a extinção da humanidade.
Além de escritor, Brooks é um fervoroso defensor da preparação para desastres, tendo trabalhado com o Centro Estratégico de Estudos de Operações (S.O.C.E.) do Exército dos EUA. Sua paixão por esta causa é evidente em sua escrita e em suas palestras públicas.
Max Brooks reinventou o gênero zumbi. Ele viu além do carnificina e do terror, enxergando uma oportunidade de fazer comentários sociais perspicazes e de criar narrativas que ressoam em um nível profundamente humano. Seus livros não são apenas histórias de sobrevivência em um mundo infestado de zumbis, mas também estudos sobre o que significa ser humano em tempos de crise.
Em uma era saturada de conteúdo zumbi, as obras de Brooks se destacam não apenas por sua originalidade, mas também por sua inteligência e profundidade. Ele nos lembra que, mesmo nas situações mais sombrias, há espaço para esperança, resiliência e humanidade. E enquanto o apocalipse zumbi pode ser fictício, as lições que Brooks oferece são profundamente reais e relevantes.
"O bafo quente das bocas podres, o rosnado invadindo meus tímpanos, os farelos da pele seca e amarelada tentando entrar nas minhas narinas".
Terraço está disponível em formato digital e você pode comprá-lo aqui, R$ 0,00 (para assinantes Kindle Unlimited) / R$ 7,90 (para comprar) (os valores podem alterar sem aviso prévio). É uma publicação independente do autor Juliano Loureiro.
Acesse o site oficial do autor para conhecer sua bibliografia. Lá, você encontrará mais distopia, em Lucas: a Esperança do Último, tem também ficção e controle do tempo, com a obra Antônio e o Tempo. Mas você também pode relaxar com algumas reflexões em Frases minhas sobre um coração em festa.
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Livros da série Corpos Amarelos
O Voo da Mosca (2025)
Olhos Mágicos (2024)
Passagem (2023)
Terraço (2023)
Os Corpos Amarelos são criaturas infectadas que um dia foram saudáveis humanos. Apresentando pele amarelada e ressecada, frequentemente exibindo vísceras e órgãos internos expostos, sua aparência pútrida oculta as inúmeras limitações desses seres, que podem adotar comportamentos variados.
Embora o número exato de variantes dos Corpos Amarelos seja desconhecido, fica claro que eles passaram por diversas mutações. Desde os inativos, lembrando um eterno estado de coma, até os "quase-comuns", seres que exibem certo grau de cognição.
A disseminação da infecção permanece envolta em mistério, seja através da inalação de um pó amarelo ainda não identificado, ou do contato direto entre o corpo pútrido e um ser humano saudável.
Numa manhã de sábado, uma densa névoa de poeira varreu os céus de Belo Horizonte, trazendo consigo um agente microscópico que selaria o destino da humanidade.
Em questão de instantes, milhares de pessoas foram infectadas, dando início a uma batalha desesperada pela sobrevivência contra os poucos que ainda não haviam sido afetados.
Tudo se desenrolou num piscar de olhos. Um dia ensolarado, acompanhado por uma brisa fresca no inverno da cidade, parecia perfeitamente comum. Mas o que se seguiu transformou essa tranquilidade em um pesadelo sem precedentes.
Cadáveres jaziam espalhados pelas ruas, enquanto os sobreviventes corriam em desespero em todas as direções. Hospitais sobrecarregados lutavam para lidar com a crise, supermercados eram saqueados e atos horrendos eram perpetrados em plena luz do dia.
O mistério pairava no ar, sem que ninguém soubesse a verdade. Teorias brotavam, alimentadas pela imaginação dos radialistas. Em questão de horas, serviços essenciais, como energia e comunicação, começaram a demonstrar sinais de instabilidade.
Pouco a pouco, os corpos amarelos passaram a dominar a cidade, enquanto os poucos sobreviventes humanos lutavam para decifrar a situação terrível que se desenrolava e buscavam desesperadamente uma saída.
"O Voo da Mosca" está disponível para e-book (Amazon Kindle) e também na versão impressa (Clube de Autores). Clique no botão abaixo correspondente à versão desejada.
Gabriel Caetano
"É sempre legal ver obras que quebram a mesmice e provam que podem sair da fórmula padrão. E é isso que esse conto me mostrou, pois em vez de focar só no apocalipse e nos zumbis, se aprofunda mais na psiquê humana e sobre o estado psicológico do protagonista enquanto enfrenta o caos, coisa que não acontece nas grandes mídias, onde os protagonistas geralmente aceitam a nova realidade em questão de poucos dias".
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Aelita Lear
"O que resta da humanidade? Com esse questionamento, somos colocados em um universo distópico rodeado por corpos amarelos e poucos humanos que lutam pela sobrevivência. Neste livro, somos levados e quase que obrigados a sentir as mesmas emoções do personagem principal, que luta contra zumbis amarelos de diferentes contaminações até chegar no Terraço, numa jornada eletrizante e viciante. Terraço é aquele tipo de livro que podemos ler de uma vez só, de tão envolvente e viciante, principalmente quando terminam os capítulos"
Avaliação publicada no Skoob
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