Os zumbis, tão populares no cinema, séries e literatura, inclusive, falamos bastante sobre isso por aqui. Mas, você sabia que zumbis têm suas raízes profundamente fincadas em tradições culturais e religiosas muito mais antigas do que muitos podem imaginar?! Longe dos monstros devoradores de cérebros que observamos na tela, a ideia original de zumbis vem do Vodu, uma religião com origens na África Ocidental e que é amplamente praticada no Haiti e em outras partes do Caribe.
Certamente essa relação nos permite explorar e entender o porquê a cultura pop tem tamanho fascínio pelos zumbis. Vamos explorar essa conexão fascinante? Boa leitura!
O Vodu é uma religião que se originou entre os povos Fon e Ewe, na África Ocidental, sendo levada para o Caribe e para as Américas durante o tráfico transatlântico de escravos. Os escravizados trouxeram consigo suas crenças e práticas religiosas, que, com o tempo, foram misturadas com as tradições e crenças locais, especialmente no Haiti.
No cerne do Vodu está a crença em lwa (ou loas), sendo espíritos ou deidades. Os seguidores do Vodu entram em comunhão com esses espíritos por cerimônias, danças e rituais, a fim de receber orientação, proteção ou cura.
A palavra "zumbi" tem suas raízes na palavra Kongo "nzambi", que significa "espírito de um morto". No contexto Vodu, um zumbi não é necessariamente um monstro morto-vivo que vemos nos filmes. Em vez disso, ele é frequentemente visto como um corpo sem alma, trazido de volta à vida mediante rituais mágicos.
Existem diversas narrativas e crenças sobre como um zumbi pode ser criado no Vodu. Uma das mais conhecidas envolve um feiticeiro ou "bokor" que pode reanimar os mortos e controlá-los para seus próprios propósitos. Às vezes, isso é realizado para vingança ou para trabalho forçado. Acredita-se que a vítima seja controlada por substâncias tóxicas ou encantamentos.
Em algumas versões dessas histórias, a pessoa não está realmente morta, mas sim em um estado de transe ou paralisia, dando a impressão de morte. Posteriormente, a pessoa é "revivida" e fica sob o controle do bokor.
No Vodu haitiano, o zumbi não é um monstro sedento de carne, mas sim um ser que perdeu sua vontade e consciência, tornando-se um escravo involuntário. Existem, na verdade, dois tipos principais de zumbis no contexto do Vodu:
Com o tempo, a ideia do zumbi evoluiu e se adaptou, especialmente nas culturas ocidentais. Durante o século XX, a figura do zumbi foi reinventada e adaptada por Hollywood, distanciando-se muito de suas raízes no Vodu. A ideia de um apocalipse zumbi e hordas de mortos-vivos famintos por carne humana tornou-se uma metáfora para vários medos socioculturais, desde doenças até colapsos sociais.
Enquanto o conceito do zumbi haitiano estava enraizado na religião e nas práticas espirituais, a transformação para o apocalipse zumbi da cultura pop ocidental tem raízes complexas.
A evolução do zumbi, desde suas raízes espirituais no Vodu até sua presença onipresente na cultura pop, reflete como as sociedades reinterpretam e adaptam mitos e crenças para atender às suas próprias necessidades e medos.
Enquanto o zumbi contemporâneo pode parecer distante de suas origens vodu, a essência dessa criatura – a perda da alma, da identidade ou da liberdade – permanece intacta.
“Cada andar é uma batalha árdua até chegar no terraço. Ferido e exausto, ele questiona suas escolhas e lamenta as perdas que enfrentou.”
Terraço está disponível em formato digital e você pode comprá-lo aqui, R$ 0,00 (para assinantes Kindle Unlimited) / R$ 7,90 (para comprar) (os valores podem alterar sem aviso prévio). É uma publicação independente do autor Juliano Loureiro.
Acesse o site oficial do autor para conhecer sua bibliografia. Lá, você encontrará mais distopia, em Lucas: a Esperança do Último, tem também ficção e controle do tempo, com a obra Antônio e o Tempo. Mas você também pode relaxar com algumas reflexões em Frases minhas sobre um coração em festa.
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Livros da série Corpos Amarelos
O Voo da Mosca (2025)
Olhos Mágicos (2024)
Passagem (2023)
Terraço (2023)
Os Corpos Amarelos são criaturas infectadas que um dia foram saudáveis humanos. Apresentando pele amarelada e ressecada, frequentemente exibindo vísceras e órgãos internos expostos, sua aparência pútrida oculta as inúmeras limitações desses seres, que podem adotar comportamentos variados.
Embora o número exato de variantes dos Corpos Amarelos seja desconhecido, fica claro que eles passaram por diversas mutações. Desde os inativos, lembrando um eterno estado de coma, até os "quase-comuns", seres que exibem certo grau de cognição.
A disseminação da infecção permanece envolta em mistério, seja através da inalação de um pó amarelo ainda não identificado, ou do contato direto entre o corpo pútrido e um ser humano saudável.
Numa manhã de sábado, uma densa névoa de poeira varreu os céus de Belo Horizonte, trazendo consigo um agente microscópico que selaria o destino da humanidade.
Em questão de instantes, milhares de pessoas foram infectadas, dando início a uma batalha desesperada pela sobrevivência contra os poucos que ainda não haviam sido afetados.
Tudo se desenrolou num piscar de olhos. Um dia ensolarado, acompanhado por uma brisa fresca no inverno da cidade, parecia perfeitamente comum. Mas o que se seguiu transformou essa tranquilidade em um pesadelo sem precedentes.
Cadáveres jaziam espalhados pelas ruas, enquanto os sobreviventes corriam em desespero em todas as direções. Hospitais sobrecarregados lutavam para lidar com a crise, supermercados eram saqueados e atos horrendos eram perpetrados em plena luz do dia.
O mistério pairava no ar, sem que ninguém soubesse a verdade. Teorias brotavam, alimentadas pela imaginação dos radialistas. Em questão de horas, serviços essenciais, como energia e comunicação, começaram a demonstrar sinais de instabilidade.
Pouco a pouco, os corpos amarelos passaram a dominar a cidade, enquanto os poucos sobreviventes humanos lutavam para decifrar a situação terrível que se desenrolava e buscavam desesperadamente uma saída.
"O Voo da Mosca" está disponível para e-book (Amazon Kindle) e também na versão impressa (Clube de Autores). Clique no botão abaixo correspondente à versão desejada.
Gabriel Caetano
"É sempre legal ver obras que quebram a mesmice e provam que podem sair da fórmula padrão. E é isso que esse conto me mostrou, pois em vez de focar só no apocalipse e nos zumbis, se aprofunda mais na psiquê humana e sobre o estado psicológico do protagonista enquanto enfrenta o caos, coisa que não acontece nas grandes mídias, onde os protagonistas geralmente aceitam a nova realidade em questão de poucos dias".
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Aelita Lear
"O que resta da humanidade? Com esse questionamento, somos colocados em um universo distópico rodeado por corpos amarelos e poucos humanos que lutam pela sobrevivência. Neste livro, somos levados e quase que obrigados a sentir as mesmas emoções do personagem principal, que luta contra zumbis amarelos de diferentes contaminações até chegar no Terraço, numa jornada eletrizante e viciante. Terraço é aquele tipo de livro que podemos ler de uma vez só, de tão envolvente e viciante, principalmente quando terminam os capítulos"
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